Caio Fernando Abreu

"Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que sobra de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro." Caio Fernando Abreu

31 outubro 2008

frases em geral

"o pessimista queixa-se do vento,
o otimista espera que ele mude,
o realista ajusta as velas."

"Ilumine o amanhã com o dia de hoje"

"Lembra do tempo, que você sentia e sentir...
era a forma mais sábia de saber,
e você nem sabia?"

"Que tragédia não acreditar na perfectibilidade humana!
e que tragédia acreditar nela!"
(Fernando Pessoa)

"Que fique muito mal explicado.
Não faço força para ser entendido.
Quem faz sentido é soldado."
(Mário Quintana)

"Eu nunca sei se quero descansar porque estou 
realmente cansada, ou se quero descansar para desistir."

"As palavras estão muito ditas e o mundo muito pensado."
(Cecília Meirelles)

"As palavras podem ferir mais que os punhais,
e o tom, mais que as palavras."
(Frederico da Prússia)

"Sonhar é acordar-se para dentro."
(Mário Quintana)

"Arrisque quando estiver vencendo, desista quando estiver perdendo."
(William Burroughs)

"Não ter pressa não é incompatível com não perder tempo."
(José Saramago)

"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é."
(Alberto Caeiro-Fernando Pessoa)

"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar,
vale a pena ter nascido." (Fernando Pessoa)

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.",
(Álvaro de Campos, Tabacaria)

O sempre no nunca

Jornal Zero Hora - Domingo 14/09/08

Vivemos num mundo de variados prazeres mundanos, sensoriais, transcendentais, mas poucos são tão valiosos quanto ler um livro bom. O que vem a ser tal coisa? Cada um tem seu conceito sobre livro bom. Os meus livros bons são aqueles em que eu não consigo parar de sublinhar trechos. É aquele que me faz ter vontade de voltar logo pra casa e me enfiar na cama com ele. É o livro que já começa a me dar saudades antes mesmo de acabá-lo. E quando termino, em vez de pegar outro, quero começar a lê-lo outra vez. Fantasma Sai de Cena, de Philip Roth, não foi pra mim um livro bom, foi fora de série. O que escolher para ler em seguida e não deixar o êxtase se esvair? Peguei A Elegância do Ouriço, da francesa Muriel Barbery. Não chega a ser um Roth, mas é um livro especial.

Duas narradoras que moram num mesmo prédio elegante de Paris: uma é a zeladora, que é culta, mas para os inquilinos se faz de ignorante, porque é isso que os esnobes que moram lá esperam de uma zeladora (são impagáveis os momentos em que ela se esforça para falar errado de propósito, pra não dar pinta da sua erudição), e a outra é uma espertíssima menina de 12 anos, filha de um deputado e de uma dondoca, e que despreza o universo fútil em que vive. Em algum momento, claro, essas duas avis raras que habitam o mesmo endereço francês irão se cruzar, mas, até lá, nos oferecem uma narrativa deliciosa, cada qual na sua. Quando finalmente se encontram na história, bom, aí fazem a festa do leitor.
É um livro filosófico, inteligente e engraçado. Desconstrói certas verdades estabelecidas e, de lambuja, ainda reserva um pouco de poesia nas últimas páginas. Ou muita poesia. Diante da dor dilacerante, o que buscar? O belo. Diante do impossível, diante de uma vida inútil, diante daquilo que não aconteceu nem acontecerá, o que nos compensará? Um único instante sublime. Em todo “não”, há um filete de “sim”. Em toda descrença, há uma possibilidade de certeza. É o que a autora chama, no livro, de “o sempre no nunca”. Basta a lembrança de um piano que tocava em determinado momento de angústia, basta um pedaço de pano colorido que se destacou na hora de reunir as roupas de um morto, basta uma frase especial de uma amiga quando a noite prometia ser um suplício, e a nossa desilusão eterna se atenua. Para a maioria das pessoas, os dias correm e parece que os sonhos nunca se realizarão. Nunca. Mas em meio a esse nunca, há de ter um pedacinho afetivo de sempre. Aquela lembrança, aquela foto, aquela música, aquele instante que ficou alheio ao tempo, imortal. O sempre no nunca. Há em tudo, basta um pouco de doçura para reconhecê-lo.

Mãe

  • (Crônica dedicada ao Dia das Mães, embora com o final inadequado, ainda que autêntico.) maio 1953
O menino e seu amiguinho brincavam nas primeiras espumas; o pai fumava um cigarro na praia, batendo papo com um amigo. E o mundo era inocente, na manhã de sol.

Foi então que chegou a Mãe (esta crônica é modesta contribuição ao Dia das Mães), muito elegante em seu short, e mais ainda em seu maiô. Trouxe óculos escuros, uma esteirinha para se esticar, óleo para a pele, revista para ler, pente para se pentear — e trouxe seu coração de Mãe que imediatamente se pôs aflito achando que o menino estava muito longe e o mar estava muito forte.

Depois de fingir três vezes não ouvir seu nome gritado pelo pai, o garoto saiu do mar resmungando, mas logo voltou a se interessar pela alegria da vida, batendo bola com o amigo. Então a Mãe começou a folhear a revista mundana — "que vestido horroroso o da Marieta neste coquetel" — "que presente de casamento vamos dar à Lúcia? tem de ser uma coisa boa" — e outros pequenos assuntos sociais foram aflorados numa conversa preguiçosa. Mas de repente:

— Cadê Joãozinho?

O outro menino, interpelado, informou que Joãozinho tinha ido em casa apanhar uma bola maior.

— Meu Deus, esse menino atravessando a rua sozinho! Vai lá, João, para atravessar com ele, pelo menos na volta!

O pai (fica em minúscula; o Dia é da Mãe) achou que não era preciso:

— O menino tem OITO anos, Maria!

— OITO anos, não, oito anos, uma criança. Se todo dia morre gente grande atropelada, que dirá um menino distraído como esse!

E erguendo-se olhava os carros que passavam, todos guiados por assassinos (em potencial) de seu filhinho.

— Bem, eu vou lá só para você não ficar assustada.

Talvez a sombra do medo tivesse ganho também o coração do pai; mas quando ele se levantou e calçou a alpercata para atravessar os vinte metros de areia fofa e escaldante que o separavam da calçada, o garoto apareceu correndo alegremente com uma bola vermelha na mão, e a paz voltou a reinar sobre a face da praia.

Agora o amigo do casal estava contando pequenos escândalos de uma festa a que fora na véspera, e o casal ouvia, muito interessado — "mas a Niquinha com o coronel? não é possível!" — quando a Mãe se ergueu de repente:

— E o Joãozinho?

Os três olharam em todas as direções, sem resultado. O marido, muito calmo — "deve estar por aí", a Mãe gradativamente nervosa — "mas por aí, onde?" — o amigo otimista, mas levemente apreensivo. Havia cinco ou seis meninos dentro da água, nenhum era o Joãozinho. Na areia havia outros. Um deles, de costas, cavava um buraco com as mãos, longe.

— Joãozinho!

O pai levantou-se, foi lá, não era. Mas conseguiu encontrar o amigo do filho e perguntou por ele.

— Não sei, eu estava catando conchas, ele estava catando comigo, depois ele sumiu.

A Mãe, que viera correndo, interpelou novamente o amigo do filho. "Mas sumiu como? para onde? entrou na água? não sabe? mas que menino pateta!" O garoto, com cara de bobo, e assustado com o interrogatório, se afastava, mas a Mãe foi segurá-lo pelo braço: "Mas diga, menino, ele entrou no mar? como é que você não viu, você não estava com ele? hein? ele entrou no mar?".

— Acho que entrou... ou então foi-se embora.

De pé, lábios trêmulos, a Mãe olhava para um lado e outro, apertando bem os olhos míopes para examinar todas as crianças em volta. Todos os meninos de oito anos se parecem na praia, com seus corpinhos queimados e suas cabecinhas castanhas. E como ela queria que cada um fosse seu filho, durante um segundo cada um daqueles meninos era o seu filho, exatamente ele, enfim — mas um gesto, um pequeno movimento de cabeça, e deixava de ser. Correu para um lado e outro. De súbito ficou parada olhando o mar, olhando com tanto ódio e medo (lembrava-se muito bem da história acontecida dois a três anos antes, um menino estava na praia com os pais, eles se distraíram um instante, o menino estava brincando no rasinho, o mar o levou, o corpinho só apareceu cinco dias depois, aqui nesta pr aia mesmo!) — deu um grito para as ondas e espumas — "Joãozinho!".

Banhistas distraídos foram interrogados — se viram algum menino entrando no mar — o pai e o amigo partiram para um lado e outro da praia, a Mãe ficou ali, trêmula, nada mais existia para ela, sua casa e família, o marido, os bailes, os Nunes, tudo era ridículo e odioso, toda essa gente estúpida na praia que não sabia de seu filho, todos eram culpados — "Joãozinho !" — ela mesma não tinha mais nome nem era mulher, era um bicho ferido, trêmulo, mas terrível, traído no mais essencial de seu ser, cheia de pânico e de ódio, capaz de tudo — "Joãozinho !" — ele apareceu bem perto, trazendo na mão um sorvete que fora comprar. Quase jogou longe o sorvete do menino com um tapa, mandou que ele ficasse sentado ali, se saísse um passo iria ver, ia apanhar muito, menino desgraçado!

O pai e o amigo voltaram a sentar, o menino riscava a areia com o dedo grande do pé, e quando sentiu que a tempestade estava passando fez o comentário em voz baixa, a cabeça curva, mas os olhos erguidos na direção dos pais:
— Mãe é chaaata... 

≈Rubem Braga é considerado o melhor cronista brasileiro de todos os tempos≈

Algo para não esquecer


"Sua presença é um presente para o mundo.
Você é única e não há uma igual a você.
Sua vida pode ser o que quiser que ela seja.
Viva os dias, apenas um de cada vez.
Conte suas bênçãos, não seus problemas,
você os superara venha o que vier.
Dentro de você há muitas respostas, compreenda,
tenha coragem, seja forte.
Não coloque limites em si mesmo, muitos sonhos estão
esperando para serem realizados.
As decisões são muito importantes para serem deixadas ao acaso.
Alcance seu máximo, seu melhor é seu prêmio.
Nada consome mais energia do que a preocupação.
Quanto mais tempo se carrega um problema, mais pesado ele fica.
Não leve as coisas tão a sério.
Viva uma vida de serenidade, não de arrependimentos.
Lembre-se de que um pouco de amor dura muito.
Lembre-se que a amizade é um investimento sábio.
Os tesouros da vida são todas as pessoas.
Perceba que nunca é tarde demais.
Faça coisas simples e de forma simples.
Tenha saúde, esperança e felicidade.
Encontre tempo para fazer pedidos a uma estrela.
E nunca jamais esqueça, por sequer um dia...
O quanto você é especial !!! E sempre se lembre: Sorria !!!"
(não sei quem é o autor)

Decifra-me

Não venha me falar de razão,
Não me cobre lógica,
Não me peça coerência,
Eu sou pura emoção.
Tenho razões e motivações próprias,
Sou movido por paixão,
Essa é minha religião e minha ciência.

Não meça meus sentimentos,
Nem tente compará-los a nada,
Deles sei eu,
Eu e meus fantasmas,
Eu e meus medos,
Eu e minha alma.
Sua incerteza me fere,
Mas não me mata.
Suas dúvidas me açoitam,
Mas não deixam cicatrizes.

Não me fale de nuvens,
Eu sou Sol e Lua,
Não conte as poças,
Eu sou mar,
Profundo, intenso, passional.
Não exija prazos e datas,
Eu sou eterno e atemporal.

Não imponha condições,
Eu sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações,
Não as tenho, apenas aconteço,
Sem hora, local ou ordem.
Vivo em cada molécula,
Sou o todo e sou uno,
Você não me vê,
Mas me sente.

Estou tanto na sua solidão,
Quanto no meu sorriso.
Vive-se por mim,
Morre-se por mim,
Sobrevive-se sem mim.
Eu sou começo e fim,
E todo o meio.

Sou seu objetivo,
Sua razão que a razão
Ignora e desconhece.
Tenho milhões de definições,
Todas certas,
Todas imperfeitas,
Todas lógicas apenas
Em motivações pessoais,
Todas corretas,
Todas erradas.

Sou tudo,
Sem mim, tudo é nada.
Sou amanhecer,
Sou Fênix,
Renasço das cinzas,
Sei quando tenho que morrer,
Sei que sempre irei renascer.
Mudo protagonista,
Nunca a história.

Mudo de cenário,
Mas não de roteiro.
Sou música,
Ecôo, reverbero, sacudo.
Sou fogo,
Queimo, destruo, incinero.
Sou água,
Afogo, inundo, invado.
Sou tempo,
Sem medidas, sem marcações.
Sou clima,
Proporcional a minha fase.
Sou vento,
Arrasto, balanço, carrego.
Sou furacão,
Destruo, devasto, arraso.
Mas sou tijolo,
Construo, recomeço...
Sou cada estação,

No seu apogeu e glória.
Sou seu problema
E sua solução.
Sou seu veneno
E seu antídoto
Sou sua memória
E seu esquecimento.
Eu sou seu reino, seu altar
E seu trono.

Sou sua prisão,
Sou seu abandono e
Sou sua liberdade.
Sua luz,
Sua escuridão
E seu desejo de ambas,
Velo seu sono...
Poderia continuar me descrevendo
Mas já te dei uma idéia do que sou.
Muito prazer, tenho vários nomes,
Mas aqui, na sua terra,
Chamam-me de AMOR.
(Márcio Accioli)

Mulher de leão

A mulher de leão
Brilha na escuridão.
A mulher de leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.
A mulher de leão não tem perdão.
As mulheres de leão
Leoas são!
Poeta, operário, capitão
Cuidado com a mulher de leão!
São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Ígneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais.

Sempre mulher

Quem é você mulher,que tem em
suas mãos o poder
de toda transformação?
Quem é você mulher,
que faz um pequenino lugar,
um ninho de amor e afeição?
Quem é você mulher,
que abriga dentro de si o calor,
o afeto e a mansidão do amor?
Quem é você mulher, que é capaz
de sorrir, quando sente vontade de chorar,
que é capaz de calar quando quer falar,
que é capaz de rezar, quando custa crer?
Quem é você mulher, que acredita no amor,
quando a sua volta reina desamor,
que é capaz de amar, quando todos
ensinam a odiar, que busca sem
trégua a verdade,
num mundo de mil mentiras, que é
capaz de perdoar quando todos
querem condenar?
Quem é você mulher, que afoga, que
critica, que repreende, que educa, que
defende, que incentiva, que corrige
e ensina a orar?
Você repete a verdade, você repete sim,
a paz; você repete sim, a coragem;
ao carinho, a fé, a união e ao amor, porque
você é verdade, porque você é carinho e
dedicação,é fé, é amor, é coragem,
sobretudo, porque você é MULHER!
(não sei quem é o autor)

O anjo da escada


Na volta da escada,
Na volta escura da escada.
O Anjo disse o meu nome.
E o meu nome varou de lado a lado o meu peito.
E vinha um rumor distante de vozes clamando, clamando...

Deixa-me!
Que tenho a ver com as tuas naus perdidas?
Deixa-me com os meus pássaros....
com os meus caminhos...
com as minhas nuvens

A alegria na tristeza

"O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se 'Alegría de la tristeza' e está no livro 'La vida ese paréntesis' que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.
Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.
Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.
Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.
Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada."

Somos o que pensamos

"Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos! Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá- lo tremendamente.
A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.
Suas células estão constantemente processando as experiências e metabolizando-as de acordo com seus pontos de vista pessoais. Não se pode simplesmente captar dados brutos e carimbá-los com um julgamento. Você se transforma na interpretação quando a internaliza.
Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo – a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptiídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lágrimas de alegria.
Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.
O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia. Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: “ Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.”
(Deepak Chopra)

Amo-te

De: Elizabeth Barrett Browning

"Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minhalma alcança quando, transportada,

Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do Sol, na noite sossegada.

E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte."

(Tradução de Manuel Bandeira)

Para um dia chuvoso


"Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dão as boas noites,
E a minha voz contente dá as boas noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito,
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme."
(Alberto Caeiro 'O guardador de rebanhos')

Mulheres possíveis

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.
Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.
Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou:

trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.
Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.
Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.
Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga.
Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.
Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir.
Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo.
Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

coragem

"É preciso ter coragem emocional
para olhar para si mesmo e
estar disposto a mudar aquilo que não lhe agrada.
Ninguém , com exceção de você, tem controle de sua felicidade.
Por isso, você tem o poder de mudar qualquer coisa a seu respeito,
ou a respeito de sua vida."
(não sei quem é o autor)

o amor

"O amor é paciente,
o amor é generoso e não inveja ninguém.
O amor nunca é prepotente,
nem presunçoso, nem rude.
Não é egoista , nem se ofende facilmente.
O amor não mantém registros de ofensas,
não se compraz com os pecados dos homens,
mas delicia-se com a verdade.
Não há nada que o amor não possa enfrentar.
Não há limite para a sua fé, sua esperança e
sua tolerância.
O amor nunca chegará ao fim."
(não sei quem é o autor)

O anjo do amor

  • Há um Anjo que se apresenta com suas vestes de luz, com suas mãos de doçura, com sua voz sincera...
Sempre sorri. Sempre abraça.
Sempre envolve e alivia a dor.
Não discrimina, nem julga, acolhe sempre a todos.
Sua forma gentil e delicada tem feições de força e poder irresistíveis.

Às vezes se apresenta como uma luz dourada, outras vezes azul, rosa ou prateada...
É sempre da cor exata que nossos olhos puderem enxergar.
Alguns o descrevem com feições masculinas, outros com feições femininas.
Depende de quem o vê.

Para uns é jovem, outros o vêem idoso, por vezes parece uma criança.
Porém todos sabem: ele toma a forma que preciso for quando sua presença é necessária.
Assim ele pode parecer ser grande ou pequeno.
Pode tomar o formato do vento, da lua, das estrelas, do mar, do céu colorido ao entardecer, para promover paz, alegria, saúde ou beleza que emociona.

Também pode assumir a voz da mãe que acalenta ou a voz de um amigo e até de um desconhecido nas horas de precisão.
Estar presente num beijo enamorado.
Naquele abraço, quando tudo parecia perdido.
Numa prece compartilhada.
Pode estar no sorriso que encanta, ou no pão repartido.

Em uma obra de arte ou da tecnologia.
Ser a presença de alguém querido quando a doença visita.
Apresentar-se em forma de flor, de um arco-íris que surge colorindo o céu, de gotas de orvalho, de chuva que molha a terra seca, gerando vida na alma da Terra.
Sua essência pode gerar um livro, ou uma essência que cure e alivie.
Para alguns ele pode vir como o carinho de um cãozinho maroto, que o afaga quando o dia torna-se pesado e sombrio.
Ou nos sons de alegria vindos de um filho que lhe chama.

Quando tocados por sua presença nos sentimos mais fortes e seguimos mais felizes em nossa caminhada, por um certo tempo, até que dele nos esquecemos...
Um dia, após muitos encontros com este Anjo descobrimos que ele nos deixou algo: um presente.
E esses são tempos de uma experiência única, é quando sentimos que nossas palavras exalam um perfume de encanto.
Quando descobrimos, surpresos, que somos nós, agora, quem sempre sorri, sempre abraça, sempre envolve e alivia a dor.
Sem discriminarmos a quem, sem julgamentos, acolhendo a todos, de uma forma gentil e delicada, mas ainda assim trazendo feições de força e poder irresistíveis.

Há um anjo chamado amor e ele vive na Terra, espalhando bênçãos e tocando corações.
Você já o sentiu hoje?
Envolveu-se em seu perfume?
Ouviu sua voz?
Reconheceu seu olhar?
Percebeu o pulsar deste anjo dentro de seu coração? ...
(Thais Accioly)

caminhada

"Tua caminhada ainda não terminou...
A realidade te acolhe dizendo que pela frente o horizonte da vida necessita de tuas palavras e do teu silêncio. Se amanhã sentires saudades, lembra-te da fantasia e sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter, porque é uma vitória que surge da paz e não do ressentimento. É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente, mas haverá de ver sempre o lado bom da chuva que cai e não a faceta do raio que destrói. Se não consegues entender que o céu deve estar dentro de ti, é inútil buscá-lo acima das nuvens e ao lado das estrelas. Por mais que tenhas errado e erres, para ti haverá sempre esperança, enquanto te envergonhares de teus erros. Tu és jovem. Atender a quem te chama é belo, lutar por quem te rejeita é quase chegar a perfeição. A juventude precisa de sonhos e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios precisa da água que rola e o coração necessita de afeto. Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram!
Olhes para trás... mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te."
(Charles Chaplin)

O ocidente esqueceu Hiroshima e Nagasaki

Há 57 anos, no dia 8 de agosto de 1945, um piloto americano pintou na fuselagem de seu avião o nome de sua mãe querida: "Enola Gay." Depois, voando sobre o Japão, num belo dia de sol, despejou a bomba atômica que derreteu em 30 segundos cerca de 100 mil pessoas, em Hiroshima. Ele viu com prazer e espanto o cogumelo em chamas se erguendo ao céu e, contente da missão cumprida, voltou à base, sendo que, no dia seguinte, outro aviãozinho matou mais 100 mil e transformou também Nagasaki num deserto de metal derretido. Nunca esqueceremos o Holocausto que matou milhões de judeus, mas fugiu-nos da lembrança Hiroshima e Nagasaki, com seus fulminantes tornados de fogo. Por quê? - se a extinção em massa dos japoneses é tão apavorante quanto os fornos alemães, pois fez em um minuto o trabalho de anos dos nazistas? O que mais me choca na bomba de Hiroshima é a rapidez anglo-saxônica do feito, a eficiência tecnológica, sem trens de gado humano, sem prisioneiros magros sofrendo, sem a linearidade suja dos nazistas, sem pilhas de cadáveres capazes de nausear até o Himmler. A bomba americana foi um "feito tecnológico", uma "vitória" da ciência, o fruto sujo de Einstein. Hiroshima foi o início da pós-modernidade técnica, guerra limpinha, do alto, prefigurando a Guerra do Golfo. Os nazistas eram loucos, matavam em nome de um ideal psicótico e "estético" de "reformar" a humanidade para o milênio ariano. A bomba americana foi lançada em nome da "Razão". Foi uma bomba de "democratas" do bem, raspando da face da Terra os últimos "japorongas", seres oblíquos que, como dizia Trumam em seu diário secreto: "São animais cruéis, obstinados, traidores, fanáticos." Eram considerados inferiores seres de olhinho puxado, que podiam ser fritos como "shitakes" na frigideira. O Holocausto judeu nos horroriza pelo dia-a-dia burocrático do crime, pelo seu cotidiano "normal", com burocratas contabilizando pacientemente quantos óculos sobraram nas câmaras de gás, quantos dentes de ouro... A bomba A foi rápida e eficiente como uma nova forma de detergente, um potente "mata-baratas". Ainda hoje é fascinante ler a racionalização dos americanos para justificar a morte de dois "Maracanãs" cheios, como se desinfetassem um shopping center. A bomba de Hiroshima explodiu diante da humanidade já anestesiada pela banalização de 20 milhões de mortes na 2.ª Guerra e pelo massacre dos judeus - foi o coroamento pavoroso das trincheiras da 1.ª Guerra. A bomba explode quase como um alívio, como escreveu Truman: "Eu queria nossos garotos de volta ("our kids") e ordenei o ataque para acelerar essa volta." Outra "razão" era que Hitler estaria próximo de conseguir uma bomba A, argumentaram generais falcões e cientistas, como Einstein (antes, para Roosevelt) e Oppenheimer. A destruição de Hiroshima e Nagasaki não era "necessária". O mundo não estava em perigo diante da invasão de ETs, como era a opinião dos milicos sobre os "japs"; o Japão estava de joelhos, se rendendo, querendo apenas preservar o imperador Hiroito e a monarquia instituída. A "razão" real era que o presidente e os "falcões" queriam testar o brinquedo novo. Truman escreve em seu diário, depois do primeiro teste da Bomba, como um garoto entusiasmado com um "Lego": "É incrível! É o mais destruidor aparelho já construído pelo homem! No teste, fez uma torre de aço de 60 metros virar um sorvete quente!" A outra grande "razão" americana para o ataque era a vingança. Os USA tinham de vingar Pearl Harbour. As duas bombas caíram "de surpresa", exatamente como fora o ataque japones, anos antes. Além disso, queriam intimidar a União Soviética e Stalin, pois a guerra fria já assomava no horizonte. E, por fim, queriam dar também um show de som e luz para o mundo todo, uma superprodução a cores que enfeitasse a marcha do império. Assim como os nazistas elaboraram uma "normalidade" burocrática para a "solução final", os americanos criaram uma lógica "científica" para seu crime. Por isso, Hiroshima não sujou o nome da América tanto quanto o Holocausto manchou para sempre o nome dos alemães. Até hoje, quando se fala em alemão, pensa-se em Hitler, enquanto Hiroshima quase soa como uma catástrofe "natural", inevitável, um brutal remédio no calor da guerra. O crime dos alemães justificou e absolveu o crime americano. E como os americanos saíram limpos dessa? Creio que, naquele momento infame do Ocidente, não havia conceitos disponíveis para condenar esse crime; o mundo pensante estava todo dentro de um grande lixo, numa vala comum de detritos humanistas. A época estava morta para as palavras, não havia mais sentido diante dos fatos. Só restou, na Europa, o desalento, a literatura do absurdo, o existencialismo, o suicídio filosófico, o niilismo em meio às ruínas. Enquanto, na América, longe de tudo, da Ásia e da Europa, só aconteceu a euforia do papel picado caindo na 5.ª Avenida, sobre os heróis da "vitória" da democracia. Era o início de uma era de prosperidade e esperança, dos musicais de Hollywood, pois o "eixo do mal" estava vencido e derretido. Alegria que durou até 1949, quando os comunas explodiram a bomba H, quando começou a guerra fria.

"Precisa-se"

"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."

Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

ter ou não ter namorado

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.
(Arthur da Távola)

Relacionamento

"Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?

Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor."

O tempo e a pressa


"Compro bons livros assim que são lançados,
não tenho pressa em terminá-los.
Amadureço a cada dia, não tenho pressa em envelhecer.
Caminho a passos largos, entro e saio do mapa,
excursiono por dentro e por fora de mim,
não estaciono, mas também não quero chegar.
A pressa serve papa concluir; o tempo, para desenvolver.
A pressa atropela, o tempo desliza.
A pressa é cega, o tempo enxerga longe.
A pressa esconde, o tempo mostra.
A pressa esfria, o tempo aquece."

Você é...

"Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.
Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, 
você é o que você chora.
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.
Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.
Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê."

Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Auto retrato

No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

professor

"Ensinar é um exercício de imortalidade,
de alguma forma continuamos a viver
naqueles cujos olhos aprenderam a ver
o mundo pela magia da nossa palavra;
o professor, assim, não morre jamais”.
(Rubem Alves)

"Feliz aquele que transfere o que sabe,
e aprende o que ensina".
(Cora Coralina)

felizes para sempre

O filme Pão e Tulipas conta a história de uma dona-de-casa que viaja de excursão com a família mas é esquecida pelo ônibus num restaurante de beira de estrada. Então ela aproveita a oportunidade para “tirar férias” da vida que levava: pega uma carona, vai pra Veneza e começa a excursionar sozinha por uma nova vida. Ao sair do cinema, me lembrei de uma passagem do livro Ela é Carioca, de Ruy Castro. Lá pelas tantas ele conta que determinada mulher havia viajado muito e freqüentado todas as festas, até que casou, teve três filhos e por pouco não se aquietou. “Se ela se distraísse, acabaria sendo feliz para sempre.”

Ser feliz para sempre é o final que todos nós sonhamos para nossa história pessoal. A personagem de Pão e Tulipas estava sendo feliz pra sempre, até que descobriu que a felicidade muda de significado várias vezes durante o percurso de uma vida. Ninguém sabe direito o que é felicidade, mas, definitivamente, não é acomodação. Acomodar-se é o mesmo que fazer uma longa viagem no piloto automático. Muito seguro, mas que aborrecimento. É preciso um pouquinho de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, nem que seja medo.
Tem muita gente que se distrai e é feliz pra sempre, sem conhecer as
delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias,
felicíssimo por uns instantes, em outros instantes achar que ficou
maluco, então ser feliz de novo em fevereiro e março, e em abril
questionar tudo o que se fez, aí em agosto, ser feliz porque uma
ousadia deu certo, e infeliz porque durou pouco, e assim sentir-se
realmente vivo, porque cada dia passa a ser um único dia, e não
mais um dia.

Eu não gosto de montanha-russa, o brinquedo, mas gosto de
montanha-russa, a vida. Isso porque creio possuir um certo grau de
responsabilidade que me permite saber até que altura posso ir e que
tipo de tombo posso levar sem me machucar demasiadamente:
alto demais não vou, mas ficar no chão o tempo inteiro não fico.
Viver não é seguro. Viver não é fácil. E não pode ser monótono.
Mesmo fazendo escolhas aparentemente definitivas, ainda assim
podemos excursionar por dentro de nós mesmos e descobrir lugares
desabitados em que nunca colocamos os pés, nem mesmo em
imaginação. E estando lá, rever nossas escolhas e recalcular a
duração de “pra sempre”. Muitas vezes o “pra sempre”não dura
tanto quanto duram nossa teimosia e receio em mudar.

Poema do amigo aprendiz

"Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."

Canção amiga

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

amor

..."Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários."...

Mulheres celtas

As mulheres de origem celta eram criadas tão livremente como os homens. A elas era dado o direito de escolherem seus parceiros, e nunca poderiam ser forçadas a uma relação que não queriam. Eram ensinadas a trabalharem para que pudessem garantir seu sustento, bem como eram excelentes amantes, donas de casas e mães.

A primeira lição era: "Ama teu homem e o segue, mas somente se ambos representarem um para o outro o que a Deusa Mãe ensinou: amor, companheirismo e amizade".

Jamais permita que algum homem a escravize. Você nasceu livre para amar, e não para ser escrava. Jamais permita que o seu coração sofra em nome do amor. Amar é um ato de felicidade, por que sofrer? Jamais permita que seus olhos derramem por alguém que nunca fará você sorrir. Jamais permita que o uso de seu próprio corpo seja cerceado. Saiba que o corpo é a moradia do espírito - por que mantê-lo aprisionado?Jamais se permita ficar horas esperando por alguém que nunca virá, mesmo tendo prometido. Jamais permita que o seu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome você sequer sabe. Jamais permita que o seu tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para você. Jamais permita ouvir gritos em seus ouvidos. O Amor é o único que pode falar mais alto. Jamais permita que paixões desenfreadas transportem você de um mundo real para outro que nunca existiu.

Jamais permita que outros sonhos se misturem aos seus, fazendo-os virar um grande  pesadelo.
Jamais acredite que alguém possa voltar quando nunca esteve presente. Jamais permita que seu útero gere um filho que nunca terá um pai. Jamais permita viver na dependência de um homem como se você tivesse nascido inválida. Jamais se ponha linda e maravilhosa a fim de esperar por um homem que não tenha olhos para admirá-la. Jamais permita que seus pés caminhem em direção a um homem que só vive fugindo de você. Jamais permita que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos seus olhos a dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de você.

E, sobretudo, jamais permita que você mesma perca a dignidade de ser MULHER.

Tempo perdido

Havia um tempo de cadeiras na calçada. Era um tempo em que havia mais estrelas. Tempo em que as crianças brincavam sob a clarabóia da lua. E o cachorro da casa era um grande personagem. E também o relógio de parede! Ele não media o tempo simplesmente: ele meditava o tempo.

fumar...!!

"Desconfia dos que não fumam:
Esses não tem vida interior,
não tem sentimentos.
O cigarro é uma maneira disfarçada de suspirar.
Fumar é queimar aos poucos as ilusões perdidas.

use-se

"Coitada, foi usada por aquele cafajeste". Ouvi essa frase na beira da praia, num papo que rolava no guarda-sol ao lado. Pelo visto a coitada em questão financiou algum malandro, ou serviu de degrau para um alpinista social, sei lá, só sei que ela havia sido usada no pior sentido, deu pra perceber pelo tom do comentário. Mas não fiquei com pena da coitada, seja ela quem for. Não costumo ir atrás desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.

Se for este o caso, seguem sugestões para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir. Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer. Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição, dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde.

Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o. Use sua voz: marque entrevistas. Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurônios: pra todo o resto. E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. Não enviuve de si mesmo, ninguém morreu.

Use-se para conseguir uma passagem para a Patagônia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas, a memória e a emoção vêm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distâncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cérebro para não morrer em vida. Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará. E você virará assunto de beira de praia.

a criança que vive em mim

A criança que vive em mim,
Acredita que existe um mundo, puro de Amor,
Onde as pessoas possam viver melhor.

A criança que vive em mim,
Veio para este mundo,
Em busca da felicidade,
De um mundo sem maldade
Onde os sonhos viram realidade.

A criança que vive em mim,
Ainda não encontrou este mundo,
Mas acredita na solidariedade humana.
Acredita nos homens de boa vontade,
Nas mulheres de grande coragem
E na inocência dos pequeninos.

A criança que vive em mim,
Tem alma limpa, tem o coração aberto
Tem sorriso da esperança, tem alegria de criança.

Por que a criança que vive em mim,
Não quer morrer de desespero
De uma busca sem fim.

Quer somente acreditar,
Que as pessoas possuem:
A virtude de amar
A bondade de perdoar
A disposição para sonhar,
E a inocência de acreditar,
Que um dia,
Todos nós,
Encontraremos,
Um mundo,
Puro de Amor...
(Lisiê Silva)

Chovem duas chuvas


Chovem duas chuvas:
de água e de jasmins
por estes jardins
de flores e de nuvens.

Sobem dois perfumes
por estes jardins:
de terra e jasmins,
de flores e chuvas.

E os jasmins são chuvas
e as chuvas, jasmins,
por estes jardins
de perfume e nuvens.

levanto

Levanto-me hoje,
através da força dos céus,
da luz do sol,
do brilho da lua,
do esplendor do fogo,
da velocidade do raio,
da rapidez do vento,
da profundeza do mar,
da estabilidade da terra,
da firmeza da rocha.
(não sei quem é o autor)

sensibilidade

"Ser sensível é possuir alma de criança, é acreditar...
É se emocionar ao ouvir o barulho do mar... É conversar com os animais...
É sentir a pureza de uma rosa e se envolver no seu perfume...
É ouvir o cantar dos pássaros e se transportar ao sonho...
É admirar a liberdade das borboletas, seu colorido e a suavidade de seu toque nas flores...
É ouvir o sussurro do vento falando de amor aos seus ouvidos... É perceber na musicalidade da chuva, o sentido da vida...
É ver a tempestade, seus raios, trovões e vendavais, impondo limites à humanidade...
É entender que as negras nuvens passam, e logo ao amanhecer, nasce o Sol com seus raios multicoloridos nos mostrando que VALE A PENA VIVER!!!"

seus segredos

Se você quiser me contar seus segredos
Sou de todo ouvido.
Se os seus sonhos não derem certo,
Estarei sempre lá para você.
Se precisar se esconder,
Terá sempre minha mão.
Mesmo se o céu desabar,
Estarei sempre contigo.
Sempre que precisar de um lugar,
Haverá meu canto, pode ficar.
Se alguém quebrar seu coração.
Juntos cuidaremos.
Quando sentir um vazio,
Você não estará sozinha.
Se você se perder lá fora,
Te buscarei.
Te levarei prá algum lugar
Se precisar pensar.
E quando tudo parecer estar perdido,
E você precisar de alguém
Eu estarei sempre aqui.

não seja o mesmo

Você sabe tão bem quanto eu,
que uma das principais causas do tédio
é a estreiteza do nosso destino.
Todas as manhãs, despertamos iguais ao que éramos na véspera.
Ser eternamente o mesmo é insuportável para os espíritos
refinados pela reflexão.
Sair do próprio eu é um dos sonhos mais inteligentes que um homem pode ter.
(Julian Green)

no fim

"No fim tu hás de ver
que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."

te amo ou não?

Leia o texto abaixo e depois leia de baixo para cima

"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."
(não sei quem é o autor)

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