Marisa Monte
Há um vilarejo ali
Onde Areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Caio Fernando Abreu
"Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que sobra de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro." Caio Fernando Abreu
14 dezembro 2008
Aula de Matemática
Pra que dividir sem raciocinar
Na vida é sempre bom multiplicar
E por A mais B
Eu quero demonstrar
Que gosto imensamente de você
Por uma fração infinitesimal,
Você criou um caso de cálculo integral
E para resolver este problema
Eu tenho um teorema banal
Quando dois meios se encontram desaparece a fração
E se achamos a unidade
Está resolvida a questão
Prá finalizar, vamos recordar
Que menos por menos dá mais amor
Se vão as paralelas
Ao infinito se encontrar
Por que demoram tanto os corações a se integrar?
Se infinitamente, incomensuravelmente,
Eu estou perdidamente apaixonado por você.
(Antônio Carlos Jobim)
Na vida é sempre bom multiplicar
E por A mais B
Eu quero demonstrar
Que gosto imensamente de você
Por uma fração infinitesimal,
Você criou um caso de cálculo integral
E para resolver este problema
Eu tenho um teorema banal
Quando dois meios se encontram desaparece a fração
E se achamos a unidade
Está resolvida a questão
Prá finalizar, vamos recordar
Que menos por menos dá mais amor
Se vão as paralelas
Ao infinito se encontrar
Por que demoram tanto os corações a se integrar?
Se infinitamente, incomensuravelmente,
Eu estou perdidamente apaixonado por você.
(Antônio Carlos Jobim)
Na ponta do morro
Na ponta do morro,
mulheres descalças
põem flores nas jarras
da capela de ouro.
As jarras são feias,
têm asas quebradas.
Também as toalhas
se esgarçam nas rendas.
As mulheres passam,
com gestos antigos,
entre crucifixos
e auréolas de prata.
Seus gestos são os mesmos
gestos de outras datas,
dentro de outras raças,
longe, noutros templos.
Mas não sabem disso,
e mudam, nas jarras,
as flores e a água
com o jeito submisso
de quem se contenta
em ser sombra vaga
da Vida Sonhada
por toda a existência.
(Poesia Completa, Canções)
mulheres descalças
põem flores nas jarras
da capela de ouro.
As jarras são feias,
têm asas quebradas.
Também as toalhas
se esgarçam nas rendas.
As mulheres passam,
com gestos antigos,
entre crucifixos
e auréolas de prata.
Seus gestos são os mesmos
gestos de outras datas,
dentro de outras raças,
longe, noutros templos.
Mas não sabem disso,
e mudam, nas jarras,
as flores e a água
com o jeito submisso
de quem se contenta
em ser sombra vaga
da Vida Sonhada
por toda a existência.
(Poesia Completa, Canções)
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