Caio Fernando Abreu

"Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que sobra de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro." Caio Fernando Abreu

01 outubro 2009

O Ramo de Flores do Museu – I

Ó cinérea Princesa, as vossas flores
ficarão para sempre mais perfeitas,
já que o tempo extinguiu brilhos e cores;

já que o tempo extinguiu a habilidosa
mão que elevou, serenas e direitas,
a tulipa sucinta e a ardente rosa

Não há mais ilusão de outra presença
que o Amor, que inspirou graças tão finas
- que ninguém viu e em que ninguém mais pensa -
porque os homens e o mundo são de ruínas

E este ramo de pétalas franzinas,
leve, liberto da mortal sentença,
tinha, ó Princesa, fábulas divinas
em cada flor, sobre o nada suspensa

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